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e-Zine da Gestão


A e-Zine sobre Gestao Empresarial

LJP e-Zine

20 de Abril de 2001
Lauro Jorge Prado

 

Nos dias atuais os executivos andam na corda bamba devido o caos que virou o mercado financeiro mundial. Todos os dias os jornais publicam que esta ou aquela empresa teve prejuízos ou lucros abaixo do esperado, fazendo que os indices das bolsa caiam. Além da visão financeira, o caos para as empresas podem vir de outros imprevistos, tais como: guerras, alterações do clima na terra, pestes, doenças, interpéries, novas tecnologias, concorrência, mercado, etc.
Como o executivo pode gerenciar a sua empresa frente a tudo isto? A resposta é: "Risk Management".

O que é Gerenciamento de Risco?

É a capacidade da empresa de entender e compreender os fatores de riscos, vendo neles uma oportunidade ou uma recompensa associada, fazendo que o valor a ser gerado pela empresa supere o custo do risco. É o processo ou comportamento pelo qual a empresa planeja e avalia como monitorar os possíveis riscos para alcançar seus objetivos e metas estratégicas.

O que é risco?

Risco é a possibilidade de alguma coisa dar errado. É qualquer coisa, ameaça, ou ação que impeça a habilidade da empresa de atingir seus objetivos e de executar suas estratégias. Podemos analisar por outro ponto de vista: a palavra "risco" deriva do italiano antigo risicare, que significa "ousar". Neste sentido, o risco é uma opção, e não um destino.
Portanto risco é também uma ação que tomamos de forma a apostar no sucesso futuro, ousando em prol dos nossos negócios.

Como gerenciar o risco?

Precisamos elaborar uma estratégia diferente para cuidar do risco com eficácia. Devemos entender bem como fazer isto, pois muitas empresas prestam atenção no resultado do risco e não na causa. Devemos nos concentrar no financiamento do risco, alocando recursos para minimizar o efeito dos riscos não controlados. Como os fatores de risco é que são o verdadeiro problema, devemos dar atenção a eles, tais como: Não ter pessoal preparado para desastre no sistema; Um único defeito de produto pode destruir a marca da empresa; Propaganda adversa; Produtos que não estão em conformidade com a propaganda;Flexibidade do concorrente; Instabilidade politica;Etc.

Principais Indicadores de Risco Empresarial

Globalização

Mercados Emergentes

Consolidação

Desregulamentação

Fusões e Aquisições

Competição Intensa

Inovação de Produtos e Mercados

Avanço das Tecnologias

Revolução da Informação

Comércio Eletrônico

Crises Internacionais

Globalização

Fases da Avaliação do Risco:

Revisão da infra-estrutura, processos decisórios e dos sistemas na empresa.
Avaliação qualitativa do limiar do risco.
Definição preliminar do risco - validando e classificando
Quantificação preliminar.
Priorização do risco - comportamento, atitude da organização, capitais empregados no negócio(de mercado, infra-estrutura, humano e financeiro) e principais indicadores de desempenho da empresa.
Delineamento da estratégia.

Fases da Conformação do Risco:

Modelagem - determinantes de cada fator de risco, impacto operacional e financeiro. Cada modelo deve estar vinculado a algum modelo de valor econômico.
Quantificação do risco - avaliar o impacto de cada cenário na organização como um todo
Mudança Organizacional - Dentro de cada cenário deve-se projetar um programa de mudança comportamental.
Financiamento do risco - Verificar se a ação é suficiente, caso negativo, é necessário um programa para financiar a parte do risco.

Fluxo Gerenciamento de Risco

Gerenciamento do Risco Efetivo
Habilidade de minimizar o risco ruim e maximizar o bom
Organização do objetivos da empresa
Adicionar valor ao acionista

Qual o nível de risco de sua empresa?

Nos bons momentos é facil esquecer dos riscos, porém é sempre bom ficar atento para os riscos que rondam a empresa.

A maior dificuldade dos executivos e dos gerentes é identificar as áreas de exposição ao risco. para finalizar este artigo proponho o uso de uma ferramenta criada por (1)Robert Simons, que ele chama de "calculadora de exposição ao risco", que leva em conta três pontos de pressão: cultura, crescimento e gestão de informações.

(1) Robert Simons é diretor de pesquisas e professor da Harvard Business School, de Boston, Massachutts.

Guia para uso da "calculadora de exposição ao risco"

A calculadora de exposição ao risco divide as pressões internas em três categorias: decorrentes do crescimento, da cultura organizacional e da gestão de informações.

Em cada uma dessas categorias o sucesso pode aumentar o nível de risco.

As pessoas afetadas por essas pressões, inadvertidamente ou não, cometeram enganos. Pulam etapas importantes do processo de verificação da qualidade, por exemplo, ou permitem que novos funcionários do setor de atendimento ao cliente atendam chamadas telefônicas sem o devido treinamento. As pressões internas também provocam falha de transmissão de informações importantes, principalmente para chefia. As pessoas não se sentem à vontade ou não querem se sujeitar a elas. Finalmente, o aumento da pressão pode provocar ineficiência ou interrupção do serviço, ou das duas coisas, devido à sobrecarga e à má gestão de sistema de pessoal.
Usar a calculadora é simples. Em cada tecla, calcule o nível de pressão em sua empresa e atribua uma pontuação de um a cinco. No final, some todas as pontuações e interprete os resultados conforme as descrições do quadro abaixo.
CALCULADORA DE EXPOSIÇÃO AO RISCO
VERIFICAÇÃO

CRESCIMENTO

Pressões por Desempenho

Taxa de expansão .

Inexperiência dos funcionários

Pontos
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
.......

CULTURA

Recom -pensa pelo empre -endedorismo

Resistência dos executivos a más notícias

Nível de concorrência interna

Pontos
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5

.......

GESTÃO DE INFORMAÇÕES

Comple-xidade e velocidade das transações

Lacunas nas medidas de diagnósticos de desempenho

Nível de tomada decisões descen- tralizadas

Pontos
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5

.......

Pontuação

.......

By LJP

De 9 a 20 pontos: Zona de Segurança
As empresas que têm um nível de risco baixo como este estão provavelmente a salvo de erros ou eventos inesperados que poderiam ameaçar a saúde do negócio. É preciso, porém, que essas empresas se perguntem se sua exposição ao risco não está baixa demais.

De 21 a 34: Zona de Cautela
A maioria das empresas cairá dentro desta categoria intermediária. Mesmo aqui, a empresa deve ficar alerta para não atingir pontuações altas em duas das três dimenções de risco. Por exemplo, se sua pontuação for alta nos aspectos relativos a crescimento e cultura, mesmo que a pontuação final esteja abaixo de 35 é preciso tomar cuidado.

De 35 a 45: Zona de Perigo
Se sua pontuação total for 35 ou mais, é preciso fazer soar o alarme e tomar medidas rapidamente. Use as alavancas de controle - sistema de valores, sistemas de limites, sistema de diagnósticos de controle e sistema de controle interativo(associados a controles internos tradicionais) para proteger seu negócio de um futuro desastroso.

A calculdora não deve ser usada como um único instrumento de verificação do risco, ela serve apenas como um indicador ou como um binóculo que você pode ver mais longe.

Conclusão

A maioria dos executivos sabe da necessidade de gerenciar a empresa e protegê-la do risco, contudo é importante dizer que nem todos os riscos são necessariamente ruim, restando portanto ao executivo a escolha da melhor alternetiva de ação, porque o risco é, dependendo do caso, uma ameaça ou uma oportunidade. O uso de ferramentas e de sistemas de controle faz com que uma empresa tenha melhor desempenho que outra numa mesma situação de risco.
Empresa como Chase Manhattan Corp., Dupont, Microsoft, Unit Grain Growers Ltd. entre outras incorparam na cultura organizacional o modelo de gestão de risco, indo além da maioria das empresas que quando tem algum programa de gerenciamento de risco, este programa é mais voltado para fatores econômicos e financeiros.
O gerenciamento de risco deve ser um modelo sistemático, onde o risco deve ser atenuado tanto interna como externamente, a atenção deve estar nos ativos e passivos tangíveis e intangíveis e a ação deve ser de responsabilidade de todas as pessoas da organização, não somente do executivo ou gerente.

Fontes de Consulta:
Revista HSM Management números 10 set./out. 1998 e 16 set./out.1999
Bernstein, Peter L. 1997. "Desafios aos Deuses - AFascinante História do Risco"
Fast Company, Negócios de Risco número 26 Jul./Ago. 1999
FEI Financial Executive International, Online Edition - Administrando Risco

By Lauro

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