A capacidade de
previsão de uma empresa esta na
competência de gerenciar cenários
futuros de forma dinâmica, rápida e
eficaz. Uma das ferramentas para atingir este
objetivo é o famoso "Orçamento". Com
o passar dos tempos o orçamento tornou-se um
peso para as organizações, por
diversos motivos: oneroso, muito tempo gasto na
implementação, difícil
revisão, publicação anual,
baseado em premissas de metas departamentais
totalmente desfocado do viés
estratégico.
Verifique
se na sua empresa o orçamento é
uma peça puramente financeira, se as
metas são rígidas, se depois de
aprovado e publicado não muda mais, se os
departamentos definem as metas e necessidades e
se a tomada de decisão é
centralizada. Caso a resposta seja afirmativa
então sua empresa está praticando
um processo orçamentário
falido.
O planejamento
orçamentário deve ir além dos
aspectos financeiros, é um retrato fiel e
antecipado do ambiente em que a empresa atua,
é a bússola do gestor, é o
mapa das ações operacionais em busca
da tradução da estratégia.
Ao longo das
últimas décadas assistimos o
avanço fantástico da tecnologia de
informação, melhorando a vida das
pessoas e principalmente facilitando o trabalho e a
tomada de decisão nas empresas. O
avanço tecnológico em várias
ferramentas, métodos e conceitos de
gestão facilitam a vida dos administradores,
dessas ferramentas destacam-se: CRM, Value
Management, Balanced Scorecard, Zero-based
Budgeting, Activity Based Budgeting, Rolling
Forecasting, Teanwork, Empowerment, Economic Value
Added, etc. Devemos agora associar a capacidade
computacional das novas ferramentas ao
orçamento, dotando de
melhorias.
O processo
orçamentário deve estar alinhado
à visão estratégica da empresa
e antes de atribuir os números financeiros a
empresa deve estudar o ambiente onde atua e
entender se a estrutura está adequada ao
mercado, seja através do produto ou
serviço requerido pelo cliente, novas
tecnologias, concorrentes, produtos substitutivos,
parceiros, seja pelos processos internos e seus
requerimentos para atingir a visão
estratégica. O orçamento deve ser
iniciado de forma única onde tudo o que se
faça na empresa esteja focada na
tradução do intento
estratégico e privilegiar os valores que
norteiam as ações da empresa para
cumprir as metas e objetivos
traçados.
Algumas
ações focadas:
É o
objetivo dos acionistas que determina o limite das
ações a serem organizadas na empresa
para a criação de valor - os
objetivos podem ser financeiros e
não-financeiros;
É o cliente(interno e externo) que determina
a demanda de recursos;
É o produto ou serviço(interno ou
externo) que determina as necessidades de recursos
da empresa;
A causa e efeito é o direcionador dos
eventos na empresa. Por exemplo: Para atender
eficazmente o cliente devemos investir em
inovação, que requer desenvolvimento
dos processos internos, educação e
treinamento dos funcionários, que por sua
vez irá resultar em produtos de qualidade,
baixo custo, clientes contentes,
funcionários motivados e finalmente gerando
valor para o acionista;
Identificar indicadores de desempenho focados no
essencial evitando detalhes. Isto irá
diminuir a complexidade do orçamento;
Usar e abusar da tecnologia para melhorar a
performance do processo orçamentário.
Por exemplo: uso de sistemas ERP, Datamart, EPM,
Balanced Scorecard, CRM, EVA, etc.;
Recursos através de demanda;
Uniformidade dos indicadores de desempenho com
atribuição de responsabilidades;
Uso da Web como interface para os usuários e
as informações abertas para
todos;
Base de dados única, adaptável e de
fácil manutenção;
O ato de planejar deve ser contínuo e
preditivo;
Dar liberdade às pessoas onde é
permitido errar para acertar;
Deve ser simples, dinâmico e flexível
com revisões mensais que dinamizam a tomada
de decisão e correção de
rumo.
Conclusão
O sucesso de um
planejamento orçamentário corporativo
está baseada na flexibilidade e na
capacidade para responder a mudanças, na
forma com que lida com os valores tangíveis
e intangíveis, no respeito as pessoas, na
tradução perfeita da
estratégia da empresa e na capacidade de
democratizar as informações da
empresa convertendo-se numa ferramenta de
negócios (ágil e dinâmica) que
ajudará a empresa comunicar, organizar e
controlar todo o ambiente em sua volta, aliando o
pensamento estratégico da empresa
através das pessoas (competências e
atitudes).
LAURO JORGE PRADO
Contador, Pedagogo, Pós-Graduado em
Controladoria e Finanças e em Planejamento e
Gestão de Negócios e
especialização em Gestão
Empresarial e em Custos.
Sócio da Empresa SuGestão Consultoria
e Assessoria;
Consultor pela Thompson Management Horizons
Professor Curso Técnico
Pós-Médio: Gestão
Empreendedora
Autor dos e-book's "GUIA DE CUSTOS" e "GUIA
BALANCED SCORECARD"